"Poema molhado", em homenagem à escritora Conceição Evaristo, selecionado pelo Concurso literário da Revista SerEsta
segunda-feira, 6 de novembro de 2023
Poema selecionado para o Concurso Literário da Revista SerEsta de novembro de 2023
quinta-feira, 26 de outubro de 2023
E-book UM CASO SÉRIO, romance concorrendo ao Prêmio Kindle de Literatura 2023 na Amazon - Cris Dakinis
https://www.amazon.com.br/gp/product/B0CGT9N7Z1/ref=dbs_a_def_awm_bibl_vppi_i1
3º Sarau Literário do Colégio Estadual Dr. Feliciano Sodré, São Pedro da Aldeia / RJ - Cris Dakinis
Participação a convite da Profa. Cleise Campos. Sorteio de exemplares do meu livro de poesia Adágio ensolarado. Outubro, 2023.
Poema com o tema café, selecionado para a Revista Cabeça Ativa da Editora Livros Costelas Felinas
Magia Negra
Exposição Lítero-visual poética do 11º Festival Gastronômico de São Lourenço, MG / AFESMIL
Exposição Lítero-visual poética do 11º Festival Gastronômico de São Lourenço / MG, com as Acadêmicas da AFESMIL, ao longo do mês de setembro de 2023.
Meu poema "Baunilha" fazendo parte do cardápio poético da AFESMIL.
sábado, 21 de outubro de 2023
FLIC 2023 - FEIRA LITERÁRIA DE CABO FRIO
Com a publicação do meu poema "Artista do amor"
Artista do amor
sexta-feira, 20 de outubro de 2023
2º lugar na categoria estadual do Concurso Literário da Academia Madureirense de Letras 2023 - Cris Dakinis
Conto premiado:
A testemunha
Aproximou-se da grade e olhou para fora. Sentia-se protegida ali,
absurdamente livre. E ela novamente lembrou-se do papagaio...
Gaio era paciente. Luana fez um carinho na ave e estremeceu ao ouvir os
chinelos do marido atravessando o corredor. Gilberto reclamou que a situação só
piorava e resolveu sair, mas antes decidiu voltar para repetir o aviso: ela que
se livrasse daquela ave o mais rápido ou ele o faria __ não queria mais aturar
aporrinhações. Ameaça feita e refeita, o marido foi almoçar seu galeto com
prato feito no bar da esquina, onde comeria sem esquentar os ânimos.
Luana alimentou a ave e foi recolher a roupa estendida a secar. Reparou a
vizinha a olhá-la pelas frestas do portão lateral. Droga de condomínio que
construíra aqueles muros com portão geminado! Daí, percebeu que a vizinha a
observava com um sorriso estreito e insondável. E foi nesse momento que a dona fez
propaganda de seus serviços de doceira. Encabulada, Luana agradeceu a oferta, desconfiada
de que a vizinha certamente lhe oferecia doces porque lhe adivinhara a amargura
diária.
Ao abrir a gaveta dele para
guardar as roupas, Luana viu a arma. Apanhou o revólver para ver se era de
verdade. Era. Ela decidiu levar a arma para a cozinha, guardando-a debaixo dos
panos de copa, frustrando qualquer ato de insanidade.
O marido chegou, seguiu para a cozinha, olhou-a e pediu um café. Depois,
encarou-a com um ar desafiador e dispensou o café, rumando para o quarto. Luana
ficou atenta e ouviu o ruído da gaveta do armário. Arrependeu-se de não ter
dado conversa à vizinha, poderia ter aceitado uma prova de doce. Gilberto certamente dera pela falta da
arma... Ele seguiu para a cozinha e lá estava Luana.
Um tiro, outro e depois mais outro ecoaram largamente, além dos ladrilhos
da copa, pelo condomínio inteiro.
Não atira. Não atira, mulher! O
papagaio repetia o tempo inteiro: Não
atira. Não atira, mulher!
Luana aproximou-se da grade e olhou para fora. Sentia-se protegida ali,
absurdamente livre, em sua cela novamente. E lembrou-se do papagaio... A
testemunha.
segunda-feira, 25 de setembro de 2023
Centenário da Casa da Flôr, São Pedro da Aldeia, 2023 - Sarau Poético
CASA DA FLOR
Ouço o vento Sudoeste
cantar desde Cabo Frio,
no vento ruidoso de agosto...
Para mim,
olho de moinho é
miolo de margarida,
semeada em muros e paredes,
que amornecem meus dias....
Deito flor de cacos ao chão,
pedaços de pratos,
e suas pétalas pintam as pás
do doce moinho que gira,
empurrando o mar
para longe do sal.
Nas salineiras,
voam margaridas ao vento,
enquanto cultivo riqueza
à entrada de minha casa pobre,
feita de caco, feita de cor.
É que anjos vivem de sonhos
e eu sonho com o vento
sussurrando no frio da lagoa,
que casa tem de ser assim:
tesouro com "coisinhas de
nada",
no semeio da Região dos Lagos,
acolhendo visitantes,
do Brasil todo, e do exterior
à Casa da Flor.
Relíquia de Gabriel dos
Santos,
de São Pedro da Aldeia,
o anjo que edificou.
@CrisDakinis
sábado, 29 de julho de 2023
Poema "Verso e reverso", de Cris Dakinis, selecionado pelo Concurso da Editora Arte da Palavra - 2023
Verso e reverso
No meio do caminho
fui verso e reverso,
pedra angular e pedra tumular.
Fui dilema, problema e fadiga
dureza, cisco no olhar e aflição...
Mas também, no meio do caminho,
que Drummond não trilhou sozinho,
abrandei minha rigidez
e fui, ao menos uma vez,
algo plano, fui a esperança,
que o poeta revelou no atalho
sinuoso de sua pena,
fui inspiração, sua obra, sua lide,
fui, enfim, a rocha e o senão,
no vértice de sua criação.
Conto: "Campeão", de Cris Dakinis - Menção Honrosa no 6.o Concurso de Contos e Crônicas de Ourinhos / SP, 2023
Campeão
Simões não se cansava de admirar Campeão. Este é o boi mais bonito que existe! E
relembrava a infância, quando chegara com seus pais àquela cidade. Ele espiava
bois ao longe, em pasto alheio. Debaixo do céu azul e sem nuvens, o vento
sorrateiro lhe voava o chapéu e o pai ria. Bichos
bonitos aqueles, filho! Um dia teremos os nossos. O menino Simões ficava a
sonhar com o tal dia e calculava o espaço gramado ao redor da casa onde poderia
criar um boi só dele, de estimação, chegando até mesmo a escolher o nome do
animal com antecedência: Campeão. Talvez por relembrar conversas acerca dos
rodeios que ouvira ainda pequenino na pátria deixada além-mar; talvez porque
confundisse a rotina de um boi com a de um cavalo, sonhando com uma futura glória
nos páreos.
A esposa chamou-o para ajudar a servir o almoço
aos fregueses, despertando-o das antigas lembranças. No espaço avarandado,
todas as mesas ocupadas. Trabalhadores famintos aguardavam a vez. Eram três
horas seguidas em que ele e a patroa cuidavam
de atender, deitando e recolhendo pratos às mesas. E eram as horas mais quentes
do dia... O calor da cozinha se espalhava para a bancada de comida e para a
varanda; e o calor do sol da tarde adentrava a casa toda. Todos os dias iguais,
com exceção do domingo. A família cozinhando, lavando louça, fazendo o caixa,
servindo. E as mesas de refeição ocupadas, lado a lado, sorrindo-lhes com o
ganha-pão.
Junto com o boi Campeão, Simões adquiriu o
Choquito, outro boi, que não era elegante como Campeão, mas que lhe rendeu o
prazer do investimento, podendo, desta forma, chamá-los no plural de “bois”.
Seu pai, a este tempo, avançado em idade, admirava o filho a falar da rotina do
pasto, discutindo acerca de gado... Realmente,
dizia o pai, Campeão tem porte de artista,
é bem-apessoado, de pelo brilhante, um belo animal. Foi então que aconteceu
uma reviravolta de ordem econômica a Simões, comprometendo-lhe o capital. Ainda
bem que, àquela altura, ele já tinha o seu teto e comércio relativamente garantidos
para si e para a família, porém sentiu nos ombros o peso que o pai antes
conhecera na pátria lusa. Simões precisou levantar dinheiro extra para cumprir
compromissos. E o resgate disponível era vender um boi. Resolveu então vender o
Choquito.
Ainda cedo, céu azul e nenhuma nuvem. Um vento morno vinha da lagoa próxima, se bom
ou mau vento, Simões não sabia, mas avistou, enquanto cuidava do pasto, o
comprador que lhe fora indicado para negociar. O gajo chegou. Ficou a olhar o Choquito
por meio minuto. __ Quero o outro e pago
bem. A surpresa quase derrubou Simões. Como
assim, o outro? Por que não tivera a ideia de guardar o Campeão? Estava claro
que aquele boi ia chamar mais a atenção do comprador... Mas onde se poderia
esconder um animal tão grande? Tudo isso Simões se perguntou em silêncio.
Se a surpresa quase o derrubou, a responsabilidade o reergueu.
Depois que Campeão partiu, Simões era só
tristeza. Dava um dó tamanho vê-lo sem o Campeão. A esposa se afligia, o pai se
inquietava, os filhos se calavam... Na manhã do terceiro dia sem o boi, Simões
foi atrás do fazendeiro. Daria o Choquito
em troca e pagaria um valor adicional, mas traria o Campeão de volta. O
fazendeiro era um comerciante ocupado e não quis conversa de devolver boi. __ Que boi esse? Já foi para o abate! Não tem
mais nenhum boi teu aqui...
Ao longe, o céu azul, nenhuma nuvem. O vento
sobreveio ao chapéu, voando longe. Mais distante ficou a esperança de reaver o
boi Campeão. Por fim, Simões resolveu fazer novo acordo com o mercador: entregaria
o boi Choquito a ele e, se dentro de dois meses, Simões não pudesse dobrar o
valor de Campeão em dinheiro para lhe pagar, ele então entregaria os dois bois
ao negociante. Era uma insanidade,
cogitava Simões. O pai deixou-o resolver sozinho, não queria interferir. A
esposa olhava-o ansiosa. Todos em casa sabiam de uma coisa: ia faltar dinheiro
se Campeão voltasse. Irrecusável a proposta, no entanto, o comprador de Campeão
não o quis devolver, e por maldade, pura maldade __ para que avisou? __ Mandou
comunicar que o boi iria para o abate.
Simões ouvia o boi mugir toda vez que ali
chegava para tentar renegociar, e era bem possível que a sua imaginação o
iludisse, fazendo-o imaginar ouvir as lamúrias do boi. Porém Simões pressentia
que Campeão queria voltar para o pequeno e antigo pasto. E daí, ele decidiu-se
por um ato de loucura: foi ao banco mais próximo e levantou a quantia do boi a
juros altos, tomou do dinheiro vivo e voltou à fazenda do salafrário. Não ouviu
mugido dessa vez e o seu coração apertou.
O céu azul, sem nuvem nenhuma, um vento morno na tarde avançada soprou da lagoa enquanto Simões almoçava, quando ouviu a pequena neta indagar se era verdade que ele não comia carne de boi. Ele relembrou o amigo Campeão, a antiga precisão do dinheiro, o comprador que dificultou seu sossego, o adeus. E sua vista embaçou as lentes dos óculos, refletindo a paisagem cercada pela lagoa salgada próxima. Ele meio que sorriu à curiosa menina, apontando para a boca cheia de comida que o impedia de responder.
(Conto já classificado em terceiro lugar no Prêmio Mário Quintana / Sisejufe / RS)
segunda-feira, 17 de abril de 2023
Dia do Livro Infantil e Dia dos Povos Indígenas
18 de abril é o Dia do Livro Infantil e 19 de abril é o Dia dos Povos Indígenas. Escreva uma frase para este meu livro aqui na postagem nos dias 18 ou 19 para concorrer a um exemplar autografado. ;)
sexta-feira, 24 de março de 2023
Dia 15 de março é comemorado o dia do Caiçara, e a empresa SKI Banana do Caiçara, de Ubatuba, festejou com um poema meu.
Publicado.no Diário do Grande ABC - SP e Revista Cabeça Ativa, março de 2023. E a notícia de Cris Dakinis:
Três anos depois do início da pandemia em março de 2020, quando se deu a Feira do Livro Double em São Pedro da Aldeia. Relembrando encontro literário lindo
Dia produtivo na Feira de Livros de SPA, com a presença da Presidente da UBE-RJ Marcia Barroca, do presidente honorário Edir Meireles, de talentosos colegas de escrita e leitores de todas as idades. Além da organização impecável do stand da Secretaria de Cultura, coordenada pela querida e competente Rosângela Guimarães Rosangela Guimaraes Ribeiro.
Posse de Cris Dakinis como Acadêmica Correspondente da AFESMIL - ACADEMIA FEMININA SUL-MINEIRA DE LETRAS
Dia 08/03 ganhou mais um significado lindo para mim. Tomarei posse como Acadêmica Correspondente da ACADEMIA FEMININA SUL-MINEIRA DE LETRAS (AFESMIL), Poços de Caldas / MG. Muito honrada e grata, AFESMIL! E celebremos nosso dia da mulher.
sexta-feira, 18 de novembro de 2022
Prêmio Off Flip 2022, meu poema Moinhos - Cris Dakinis
PRÊMIO OFF FLIP 2022 Poesia: meu poema Moinhos, vencedor do Prêmio Moutonnée 2021, também vencedor dentre os selecionados da antologia desta edição para a famosa Feira Literária de Paraty. Belíssima publicação com poetas maravilhosos!
Moinhos
Habito esperanças
enquanto derramo o leite
que jaz
na
farinha do trigo
e nas pás
pela massa que me cabe sovar
e salvar em plena quarentena.
Sou da
massa que mal desperta, e
diante de
mim, um cemitério que trabalhou noite e dia,
com as
espátulas dos coveiros a plantar cruzes.
Manaus,
caos, e cal...
O sal de nossas lágrimas órfãs,
rega sementes
de saudade.
Sentenças,
centenas de milhares,
o luto a
percorrer lares,
o pranto,
a prece, a perda,
e umbral,
gatilho do mal...
Mas a
esperança resiste,
sobrevive,
vacina, desarma,
lança do
bem dentre moinhos,
abranda a
dor, abre caminhos,
faz sorriso
contornar máscaras,
para a massa
respirar,
crescer e
crescer,
e por fim,
quinta-feira, 22 de setembro de 2022
Premiação no Concurso Literário de Contos de Aparecida / SP - 2022
Belíssima a cerimônia de premiação (link da organização no You Tube) do Concurso de Contos, realizada pela Secretaria de Cultura de Aparecida /SP.
quarta-feira, 14 de setembro de 2022
Menção Honrosa na categoria soneto, pela Academia Madureirense de Letras, 2022
É com imensa satisfação que recebo a notícia da classificação de meu "Soneto do poeta apaixonado" como Menção Honrosa da Academia Madureirense de Letras.
Soneto do poeta
apaixonado
Quando
o poeta pediu inspiração
Para
compor um soneto de amor
A
musa concedeu-lhe esse favor
Tocando
as cordas de seu coração
E
assim, o poeta cheio de paixão,
Em
cada verso conseguiu expor
Seus
sentimentos de prazer e dor
Que
lhe habitavam a alma e a razão
Rimou
em versos o estalar dos beijos
E
um universo de íntimos desejos
Que
um anjo arqueiro logo o invejou...
E
comparando sons de gozo aos sinos
Com
os seus sonetos reuniu destinos
Porque
esse poeta, sim, amou, amou...
terça-feira, 16 de agosto de 2022
Meu soneto "Vida e obra" contemplado no Prêmio Henrique José de Literatura 2022
Recebi a feliz notícia do terceiro lugar obtido por meu soneto "Vida e obra" no Prêmio Henrique José de Literatura. Link: https://iculturalbr.org.br/resultado/
Soneto:
Vida e obra
Toda vida faz um
livro, uma história,
A cada dia, um
novo desafio...
E tecemos...
Tecemos fio a fio
As tramas
publicadas na memória.
E as resenhas de
insucesso ou glória
Ensinam a superar
o fastio,
Reeditando um
capítulo vazio
Com páginas, capa
e dedicatória.
Por que desejar a
longevidade?
Se a obra-prima é
lavra de talento,
Nela se encontrará
a imortalidade...
Um livro se abre e
a vida se inicia,
Há linhas do
registro ao testamento
Eis a vida real,
eis a fantasia...
Cris Dakinis
(Terceiro lugar obtido no Prêmio Henrique José de Literatura, 2022)