sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Liquidado
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Há quarenta anos a gente pensava que poderia faltar água pra beber. Faltou pra tudo! Restam ainda amostras que são analisadas por cientistas, mas até quando viveremos assim? Indefinidamente, creio eu. Nossos hábitos mudaram tanto... Ao acordarmos, dizemos “boa noite”, pois é à noite que passamos a maior parte do tempo acordados. O dia escaldante de sol serve para dormirmos, quando nos fechamos em nossos ambientes climatizados. Os lares mudaram. Não há mais animais de estimação: eles sujariam a casa e a higienização custa bem caro. Sem água, perdemos o hábito de beber... Quem no passado imaginaria isso? Que bastaria nos acostumarmos a não sentir sede à custa de remédios. Só os velhos, como eu, os chamam de remédios! Os mais jovens chamam-nos “soluções”. Nada há de solúvel nas soluções, que são emplastros adesivos aderentes à superfície da pele. Há “solução” para a sede, para o banho e para uma infinidade de outras necessidades, mas volto ao assunto da água... __ Sinto saudades... Relembro copos, xícaras, mangueiras, seringas, chuveiros... Tudo parte de um passado recente.
Nosso organismo foi se adaptando à umidade absorvida pela respiração. De onde vem esta umidade? Uns dizem ser da transpiração; outros, que ela vem da chuva constante, fina e fedorenta que cai eterna. Não é água que chove, é uma chuva fina e espalhada, como poeira. Nada vive dela: nem nós! Eu e minhas lembranças... Transformei-me num ser noturno e nostálgico de minha antiga Terra e nada há de romântico nisso.
Os bebês... Eles não são mais carregados na barriga das mães. Nada de bolsa d’água! Eu fico pasmo com as mães modernas, que se enojam ao saber que antigamente seriam obrigadas a “aturar” o parto normal, os fluidos, os líquidos, o sêmen da vida! Elas sentem-se “confortáveis” por não menstruarem... __ Que vida! Conseguimos transformar nosso corpo humano de 70% de água para 30%. Invertemos nossa química. Roupas e sapatos são higienizados e “lavar” é verbo em desuso. Nossos rins são limitadíssimos e nem sei por que as crianças ainda nascem com eles. Nosso sangue depende de químicas, das tais “soluções” anticoagulantes. E é por isso que estou estarrecido com esta notícia aqui no jornal... Muitas delas são estarrecedoras __ é de praxe __, no entanto essa me chocou sobremaneira!
Leio e releio desacreditando: Um grupo de pesquisadores encontrou no caminho do Pico da Neblina uma fonte suspeita e atípica. Tal fonte era de água terrena antiga, embora impura e não potável. Continuo ávido em minha leitura para saber o que aconteceu com a água descoberta na fonte. Lamenta-se a intoxicação de dois jovens cientistas, membros da expedição, que por terem respirado dos vapores da água natural (é assim que denominamos a antiga água terrena, mais ou menos, como falávamos sobre a Era Medieval quando eu era jovem). A matéria relata que um dos cientistas entrou em coma e não resistiu à concentração de água natural e faleceu em menos de doze horas, apesar dos socorros imediatos e do tratamento intensivo de desidratação por que passou. A sonda (veículo) da expedição foi inutilizada, pois a umidade danificou o material por completo. Um alerta foi dado às Forças Armadas para que auxiliassem o aterro do local insalubre, de forma que toda a água natural fosse extinta do manancial encontrado. Uma nota do Superintendente de Controle Ambiental tranquiliza a população de que não há motivos para pânico, pois semelhante acidente ambiental é improvável de se repetir.
Sinto falta de umidade, da antiga umidade. Procuro uma solução... “Estava aqui há pouco tempo! Onde eu a deixei?” Uma ideia me surge e eu a acolho como quem acolhe um pombo mundano, sujo e desvalido. Desço até o terceiro andar (normalmente, vive-se no subsolo e o primeiro andar é o da superfície), sigo por um corredor até alcançar as escadas para o armário de guardados. Encontro velhos guarda-chuvas, livros feitos de papel, fotos (também de papel), remexo mais um pouco e encontro vinis, cestos de palha artesanais... Mas onde? Procuro e acho! Tão velha a garrafinha de água mineral gasosa francesa, coisa fina, que ganhei da chefe do departamento onde eu trabalhava. Ela é tão antiga quanto minha aposentadoria. A água decerto perdeu suas qualidades, ou evaporou em parte, que importa? Decido levá-la comigo ao meu quarto. Evito aspirar a umidade climatizada dos corredores, forçando-me a uma sede saudosa. Chego ao quarto, pego o jornal e relanceio a matéria sobre o Pico da Neblina... Lágrimas não me vêm aos olhos faz tempo! Sinto tontura e muita, mas muita vontade de chorar. Sou um ancestral de 80 anos de idade que quer algo natural, nem que seja a própria morte natural... “Isso!”. Destampo a garrafa. Ela ainda tem água, pouca, mas tem. A garrafa vazia... Eu cheio de líquido, água e vida. É noite...
terça-feira, 24 de novembro de 2009
EM NOVEMBRO DE 2009 - Prêmio EDUFF
Imagem: Geraldo Trombin
Dentre os Finalistas do PRÊMIO UFF DE LITERATURA/ 2009, na categoria POESIA.
Tema: UM DIA, UMA NOITE... PARIS
Menção Honrosa com o poema; "Um dia, uma noite, Paris..."
terça-feira, 17 de novembro de 2009
EM NOVEMBRO DE 2009
EM OUTUBRO DE 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
EM SETEMBRO DE 2009 - 17/09
EM SETEMBRO DE 2009
terça-feira, 15 de setembro de 2009
EM SETEMBRO DE 2009
POEMA SOB MEDIDA
Alguns poemas são elaborados
Outros, copiados e imitados
Há ainda poemas remendados ...
Os recortados, colados, plagiados !
Poemas que são filmados
Alguns, até legendados ...
Nunca ouvi poemas dublados
Mas devem existir: coitados !
E os poemas declamados
Lidos por entusiasmados
Que com olhos revirados
Cansam ilustres jurados ?
Há poema de minha casinha
Rimando com bela florzinha
Há poemas premiados
Esses, decerto, louvados !
E rimam saudável e estável
Numa poetização descartável
Portanto, que achem indecente:
Farei deste aqui concorrente !
*Cris DakinisEM SETEMBRO DE 2009
ROM@NCE VIRTU@L
23:15 -
“O gosto de tua língua
É morno, algo tão bom!
Brincando neste balanço
Adeus meus “gloss” e batom...”
23:18 -
“O cheiro de tua presença
É manso, um sonho lindo!
Percorro o seu corpo todo
Aspiro e vou subindo...”
Como eles escrevem isso
Ao longo da tela fria?
De tanto virtualismo
Amor por telepatia...
Romance dos mais perfeitos
Distantes; vã ilusão!
De longe, não há defeitos
É pura digitação...
*Cris Dakinis
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
EM AGOSTO DE 2009
DESTAQUE NA ACADEMIA CACHOEIRENSE DE LETRAS/ES
Meu filho desenhou o planeta Terra com lágrimas saltando da parte líquida do globo e explica ao apontar para a palavra abaixo do desenho: “chorando”. Daí segue-se, a cada página do seu livro, uma sequência de desenhos a respeito da preservação do meio ambiente. Eu cismo...
O fato do ser humano ter degradado o planeta em aproximadamente pouco mais de um século onerou-nos dessa responsabilidade __ ou irresponsabilidade __ que é proposta aos herdeiros da Terra: às crianças. A elas entregamos o encargo de encontrar soluções __ às detentoras de criatividade. Há de se criar, ou melhor, recriar o mundo, que é também delas e será de seus descendentes. Mas que mundo lhes passamos?
Lembro-me, quando na escola, de termos discutido sobre os perigos do aquecimento global, mas não era tema que nos propusesse inspirações para desenhos nas horas livres. Havia alertas sobre a poluição do meio ambiente, entretanto, não debatíamos, por exemplo, sobre o destino das garrafas “pet” de plástico, até porque, isso nem existia, pois as garrafas de refrigerante eram de vidro. Quando as garrafas plásticas surgiram no mercado, disseram-nos que eram mais práticas e econômicas. Ninguém sabia que não eram biodegradáveis. Lá em casa, ninguém sabia, não! Voltávamos do supermercado com sacolas de papel, cujas alças eram resistentes e as aproveitávamos para usos posteriores. Quando surgiram as sacolas plásticas, a idéia era de que eram mais higiênicas e práticas. O descartável era o “ideal”. Nunca mais vi copinhos de refrigerante feitos de papel em festas infantis. Lenços de tecido? Jamais! Os lenços descartáveis eram bem mais higiênicos! Tudo passou a ser descartável... E agora vejo meu filho beber água e despejar o que sobra no copo num vaso de planta para aproveitar a água. Está certo! Só não entendo por que não fizemos isso antes de poluirmos o planeta todo.
Voltando ao “Livro do Mundo”... Os desenhos ao longo das páginas ilustram a separação do lixo por lixeiras coloridas. Em cada uma delas, o material apropriado é desenhado entrando pelas lixeiras adentro... Devo admitir que os desenhos são lindos, mas que eu preferia ver meu filho desenhando um pássaro ou uma floresta... No entanto, entendo que é chegado o tempo de consertar: reutilizar e reciclar (ele fala em reciclar como eu falava em pedalar minha bicicleta quando possuía sua idade). Há no livro também: pneus, pedaços de troncos e latinhas de conservas. __ tudo amontoado junto a uma lagoa cinzenta cheia de mosquitos riscada por um enorme X __ o proibido, o que não devemos fazer. Noutra página, encontro o desenho de uma vassoura __ ela sozinha na página. Debaixo dela está escrito: “Mundo Limpo”. Afinal, eu vejo desenhos animadores e coloridos: o mundo sorrindo e uma imensa lagoa com peixes coloridos; o texto diz: “Mundo Feliz”.
Volto a acreditar num mundo lindo, porque seus herdeiros estão empenhados em solucionar os desafios da degradação do meio ambiente e já não me sinto culpada de beber meus oito copos de água ao dia (sem desperdiçá-los!).
Em vários lares, eu creio, há crianças desenhando, criando e recriando o mundo que possuímos um dia. “O LIVRO DO MUNDO” tem um final feliz. Que alívio para todos nós!
quinta-feira, 30 de abril de 2009
EM ABRIL DE 2009:
EM MARÇO DE 2009:
XIV FESERP - Prêmio Augusto dos Anjos DE POESIA- Aparecida/PB.Classificada para a Antologia com o poema "Versos que não passarão".
PRÊMIO 12 MISSÕES/ Jornal Igaçaba/São Gonzalez/RS:
Menções Honrosas nas categorias Poesia "Versos que não passarão" e Crônica: "Troco de cidadezinha"
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