quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Argila por Raul de Leôni




Nascemos um para o outro, dessa argila
De que são feitas as criaturas raras;
Tens legendas pagãs na carnes claras
E eu tenho a alma dos faunos na pupila...

Às belezas heróicas te comparas
E em mim a luz olímpica cintila,
Gritam em nós todas as nobres taras
Daquela Grécia esplêndida e tranqüila...

É tanta a glória que nos encaminha
Em nosso amor de seleção, profundo,
Que (ouço de longe o oráculo de Elêusis),

Se um dia eu fosse teu e fosses minha,
O nosso amor conceberia um mundo,
E do teu ventre nasceriam deuses...

(Raul de Leôni)

DO AMAR Por Ruy Villani




















DO AMAR


Amar, gostar, desejar. Essas coisas se confundem.
Eu prefiro o termo “”bem querer”.

O amar pode implicar em alguma sexualidade implícita.
Daí quando digo que amo meus amigos, posso ser visto por olhares tortos de punks ou skinheads e ser espancado até a morte.

Se te quero bem, a coisa assume uma outra forma retórica. Claro que te amo e portanto, desejo a você todo o bem do mundo.

Amo sim, amigos, amigas do sexo feminino com quem nunca terei nem imaginei intercurso sexual (com algumas sim, mas deixa isso pra lá).

O amar é um querer bem sem regras, sem limites ou limitações. Amar, querer bem é a melhor das lições.
Amar o amigo mala, o chato que te desafia a paciência, o que conhece ciência e nada tem de humanidade, a gente ama à vontade e só sofre quando o amigo chato se vai. Aí sentimos a sua falta.

(Ruy Villani)