segunda-feira, 4 de julho de 2011

Jornada

















Descalçar os sapatos
descartar os saltos altos
Antes porém,
espezinhar pesadelos:
sem botas de léguas,
sem tréguas,
percorrer percursos
áridos e
embotar a dor
pisada e repisada.
Calçar os sonhos adiante,
galgar nuvens claras,
atravessar tormentas,
dissipar tempestades
para alcançar o étereo,
seguir os rastros de astros,
voar nas sandálias de Hermes por anos-luz
enfim,
pousar na Terra
somente para plantar a casca


*Cris Dakinis

(Poema classificado no Prêmio SESC-DF de poesia Carlos Drummond de Andrade- edição 2010, a constar da Antologia SESC - poesia)


Eros uma vez













Foto: Googleimage


À flor da pele há líquida magia

vaporizada em gotas de perfume

e essências finas vestem áureo lume,

traje a rigor de rica especiaria!



Eros festeja: é dele a autoria

Em vez de flechas, novo ardil assume

De amor e aroma cria outro costume,

que atrai os noivos à perfumaria!



Evolam notas doces de flor rara,

no ar, a inspiração de poção cara,

cujo valor encerra um tesouro…



À noite, os céus lapidam diamantes,

jardins ofertam joias aos amantes,

vale a alquimia de Eros puro ouro…


(Classificada para o Concurso Poema no ônibus - Gravataí/RS/2011)


* Cris Dakinis