PORQUE ESCREVO...
Não escrevo para ilustrar desejos
ou criar metáforas,
tampouco escrevo para expor a alma,
vontades secretas, riso, calma.
Não escrevo para acordar os sonhos,
limitar quereres
ou rimar sorrisos.
Até porque, mortal, desejo o paraíso.
Não escrevo para promover abismos,
traduzir tristezas,
completar loucuras, destinos,
nem mesmo quero colher desatinos.
Escrevo porque sou poeta
e da caneta escorre
o sangue da emoção.
Escrevo porque a pena pede
o desenhar corrido,
o verso expresso da ilusão.
Escrevo porque a vida quer
o sonho, o amor, a pausa,
implora-me o verso,
o choro breve,
o riso largo,
todo o mar de cor imerso.
Escrevo porque falo assim,
sinto palavras, sonho letra
vivo a força do vocábulo.
Escrevo porque sou poeta
e se não gritar em versos
surto, morro... calo!
* Catarina Maul
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