Arte gráfica do poema elaborada por Heloisa Galves
Disposto, o caiçara chega da lida
Seus pés marinados na água salgada
Tá rico! Deu conta da eterna jornada
Os dias de pesca é a rotina da vida
Em casa, a família espera com fome
Os filhos acodem e estendem a rede
Cai a chuva então: ói água pra sede!
O povo de casa se orgulha do nome
Desse pai caiçara, que dia a dia
Traz gosto, comida; traz o ganha pão
A mãe tá contente aguando a pia
Repleta de peixes pra trazer o tostão
Mais tarde, vai ele pra feira na praça
Os peixes regados são frescos do dia
Contente, o caiçara no seu dia a dia
Ao fundo, a lagoa: a fonte da graça!
Lá vem temporal! Pra casa então...
Em casa, o caiçara encontra os seus
Filhos festejando o banho dos céus
Patroa lavando o chão com sabão
Madruga com vento assanha a lagoa
Em pouco, o caiçara sairá pra pescar
Toma o seu café e um tasco de broa
Tá novo pra lida nas águas do mar
*Cris Dakinis
4º lugar na XXIII Noite Nacional da Poesia (UBE/MS/ maio 2010)
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